Legal é ter mais votos
Que os nossos políticos são uma piada, é uma verdade que todos sabemos mas não faz ninguém rir. Que o líder da oposição é infeliz, é outra verdade que na verdade não incomoda ninguém. Que os jornais publicam tudo sem pensar, é a justificação perfeita para só lermos os cabeçalhos no quiosque e não comprarmos o jornal (sempre achei maravilhoso como qualquer português se sente legitimado a consumir os cabeçalhos expostos no quiosque e não comprar o jornal).
Hoje, o meu título de jornal de eleição pertence ao "Diário de Noticias", acho eu, ou a'"o Público", (que é que interessa?). É uma citação de Marques Mendes dizendo: "Se perder as eleições [referindo-se às eleições internas do PSD], impugnarei judicialmente os resultados".
Acho maravilhoso como uma frase consegue ser tão idiota [e, como sempre, maravilhoso ninguém se aperceber e a publicar como titulo em letras garrafais].
Ora vejamos em termos simplistas o quão idiota é a posição do Marques Mendes:
Como certamente todos sabem, o papel dos tribunais é aferir da legalidade de algo. Logo, a competência dos mesmos resume-se a indicar se as eleições foram feridas de legalidade ou não.
Se o Marques Mendes colocar as eleições em tribunal é então porque as considera viciadas.
O que é cavalar, é o facto de que Marques Mendes apenas considera que as eleições são ilegais se as perder. Ou seja, se for eleito, não lhe importa minimamente se as eleições foram ilegais, aliás, até defenderá que foram legais sem qualquer recordação do dito semanas antes para todo o país através dos jornais. Viverá com a ilegalidade e sorrirá sem sentir qualquer mancha na sua nomeação, contudo, se perder, ou seja, se o Filipe Menezes tiver mais votos do que ele, (pois isso é perder as eleições, ter menos votos que o adversário), então impugnará a legalidade das mesmas.
Por decência, terá de invocar em tribunal: "as eleições foram ilegais pois o Filipe Menezes foi mais votado do que eu".
P.S. Parafraseando Filipe Menezes em pleno Congresso do PSD há poucos anos, são é todos uns "elitistas, sulistas e separatistas".