quinta-feira, 29 de novembro de 2007

O direito ao arrependimento

Com uma bala na nuca e um cigarro ainda a pender no canto da boca: a imagem perfeita do arrependido.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007






Um mundo de fumo:



- Se fumar não é um direito, vejamos quais sobram. Proponho uma campanha estatal a favor do tabaco de forma a não reduzir a receita fiscal, a qual não é má:



- Usar cigarros como pauzinhos chineses quando for ao restaurante;



- Tapar o nariz quando estiver a sangrar;



- usar como tampão, pois claro, naquelas surpresas de verão que nenhuma mulher espera;



- Usar em subsituição das balas na próxima guerra (afinal, fumar mata);



- Usar como boia de salvação em caso de naufrágio (cigarros flutuam?);



- Arma de defesa pessoal? (afinal, de novo, fumar mata);



- pequenas construções com os maços, (já que estão lá por casa e não os pode usar experimente como Lego);





- E que tal, enfiá-los no ânus do idiota de fato governamental que diz que não é um direito; (não será altura de responsabilizar gente estupida pelas asneiras que diz, pode ser que larguem o microfone).
No fundo, no fundo, não acho que banir o fumo faça do mundo um sítio melhor. Sejamos honestos, a histeria é semelhante à da pessoa que vai presa por "forçar" uma menor de 15 anos a fazer-lhe sexo oral. (Levante a mão aquele que aos quinze anos ainda não sabia que não queria ter uma pila enfiada na boca).
Quanto ao fumo que se tem de aturar, não é assim tanto que nos mate, há sempre espaço para não fumadores no restaurante e há sempre restaurantes mais "limpos" que outros. (Já notaram como as mesas de não fumadores são sempre melhores que as de fumadores?).
Que o fumador provoca um dano irreparável de saúde porque amanhã precisará de cuidado médico, o dinheiro que gasta em tabaco e a carga fiscal que sofre é mais que suficiente para pagar a quimioterapia dele e de muitos em seu redor.
Deixemo-nos de manias pseudo-gringas. A America não é um exemplo, a America é apenas o país de terceiro mundo mais rico do planeta, mas não deixa de ser um país com uma estrutura social terceiro mundista. A America paga avultadas indemnizações porque não tem um sistema de segurança social em vigor, esse luxo pertence apenas aos países mais civilizados.
Que fumar faz mal, os fumadores sabem-no, que fumar é mau? Não pode ser, senão não havia fumadores.
Proibam essa merda do tabaco de uma vez por todas, ou deixem os gajos em paz. Mas chega de hipocrisias, chega de moralidades. E se o fumo vos incomoda, ponham dois cigarros nas narinas para não sentir nada, afinal, é para isso que os cigarros servem.



Fumar (não) é um direito


A partir de dia 01 de Janeiro entra em vigor a nova lei do tabaco. Boa sorte a todos. Com a habitual acutilancia legislativa fumar é proibido em sítios como bares e discotecas (excepto aquelas que têm uma área igual ou superior a quatro vezes o terreiro do paço onde será permitido fumar num espaço mais pequeno que o espaço de lavabos reservados para snifar coca), ou em locais de trabalho (de onde, certamente, um ministro fumador com gabinete próprio cumprirá a lei à risca).

Isso não é novidade, o que é assombroso é ouvir um secretário de estado qualquer na rádio, cujo nome tive o bom senso de não fixar, declarar alto e a bom som que fumar não é um direito.

Excelente escolha de palavras que me esclareceu o regime do tabaco. Afinal, aquilo que cresci a ver os meus pais fazer, (fumar entenda-se, pois não era uma familia estranha ou napolitana que me obrigasse a ver outras coisas), não era um direito deles, nem sequer um abuso do seu direito de fumadores atendendo à presença de fumadores passivos na casa (pois só abusa de um direito aquele que o tem), não, afinal seria qualquer outra coisa que o jornalista também não se lembrou de perguntar o que era. Pelo que só posso concluir que o Estado Português reserva para o tabaco em Portugal um regime de hipocrisia legal fenomenal, vejamos:


- O tabaco pode comprar-se.

- O tabaco pode vender-se.

- O tabaco pode ter-se.

- O tabaco pode, pasme-se o leitor, exibir-se em público.


- O tabaco contudo, não se pode fumar.


A nossa sorte é que numa sociedade tão devota às aparências como a nossa, certamente encontraremos utilidade para ele.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Recordo Hegel, funciona ainda melhor do que pensar no onze ínicial do Sporting na passada jornada para manter a minha mente longe, mas não consigo divagar, porque gosto de ti e quero estar ali contigo.
Assim, Hegel junta-se a nós, ali mesmo, na nossa intimidade. Quando estou dentro de ti, tu és a pessoa e eu sou o teu objecto, aquele através do qual te manifestas. Tu, pelo meu lado, como se de um espelho se tratasse, és o meu objecto e eu sou a pessoa que por ti manifesta a minha Ideia.
Assim revelamos à Natureza a Ideia, vêm como Hegel até nem é dificil.
bolivar Corp., concordam?

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Estou em Leiden. Leiden desperta o que ha de pior em mim:


"Hi Roelof,

Thanks a lot for letting me use your room, I'm sure you'll find it as you left. I had no trouble getting inn, although the top lock is reserved for the most observing kind of people (group in which I;m not included) and I never got to find out how you turn up the top lights, actually, that's a funny story:

After I arrived, late after dinner, bit tipsy and definitely tired, I tried to turn on the lights, couldn't, but was able to turn on the yellow light next to it. That was enough for me to get a glimpse of a room that I knew from before and enough for me to decide to turn on the lamp you have over the blue table, unfortunately, I'm, as you know, short for dutch standards (or any other standard north of paris) so I had to lean on the table. Just at the exact moment I was turning on the light, the table gave in, broke in half and I, desperate, held myself to the lamp which, of course, with my weight, fell too. Luckily the cable didn't hit me, and so I could recover my senses, and I'm still sure right now the fire which subsequently started only started because the cable hit the computer and short-fused somehow. In panic with the fire, I looked for a blanket, in short of one, I used one of your couch pillows (the one couch still not burning as the fire spread), I was...let's say, moderately successful and took out part of the fire, at least now only the books were burning and those were already too high for me to control with the second couch pillows (the first pillow used burned too, sorry to say). Anyway, I rushed to the kitchen and took one of your cooking pots, the one on top of the wooden speaker which, now when I think back, did in fact fell when I hit it in my desperation for catching the cooking pan, well, problem is, when I got back with water in the cooking pan the wood of the speaker was burning already, I picked it up, trying to prevent the fire of spreading to the other side of the room and threw it out of the window, the glass wasn't very thick, so you can relax, it broke immediately as the speaker went out the window. All a bit for nothing because your beautiful ceiling fan spread the fire all over the room anyway just before falling down. The water in the cooking pan was however successfully used on your dvd player and stereo, so besides some fuses and wires sticking out it looks brand new.
Besides that, everything looks normal, except for the fridge that, after the fire and having water tossed on top of it just doesn't seem to work. (it's a bit odd, Bosch appliances usually work well, are you sure the guarantee is over?).

So, thanks a lot for letting me use your house, I won't leave the keys were you requested because, well, there's no door so what the point?

ciao,

Amadeo Aosta,



P.S. Was able to save your IRS papers...ahahaha, kidding, all your official papers were burned with your books"



domingo, 11 de novembro de 2007




Teorias Bolivar


Esta semana, enquanto comiamos algo rapidamente atrasados para o concerto de Interpol, pergunta-me uma lindíssima mulher, batida como todas nos meandros do amor: "Porque é que os homens, e falo de uns que até parecem sérios, têm a namorada e não resistem a dormir com outras?"


Enrascado, pois o código de conduta de homem impede-me de partilhar certos segredos masculinos com seres do outro sexo, lá saquei da teoria de Bolivar dos leões e das leoas. (versão integral no capítulo "amor", Tomo II, parágrafo 1.293 e ss.):


"Os Homens, por muito que sejam atingidos pela racionalidade são no seu fundo animais. A nível de relações, obedecemos a regras de conduta claras, contudo, de duas naturezas muito distintas. Por um lado, no ocidente, as regras sociais de monogamia e do casamento (pese considerar que, perto do final do séc. XX a instituição do casamento entrará em crise, vide capítulo "casamento"). Meras regras de justificação racional para estruturação da sociedade assente no casamento como forma perfeita de união (ainda que, a meu ver, tal prisma seja falacioso tal como restante argumentação de Aristóteles nos pilares da sociedade).

Do outro lado, o lado animal do homem, o qual se encontra sempre presente em nós e que a nossa sociedade tenta reprimir, provocando consequências desastrosas como por exemplo, a violação dos "deveres conjugais" que, sei lá quem, achou que se aplicariam à fase pré-conjugal.

O facto é que a nossa programação animal visa, acima de tudo, a protecção da espécie, essa protecção é feita através de alguns mandamentos dos quais o mais forte certamente será o da procriação. Procriar é essencial à sobrevivência de qualquer espécie e o Homem não é excepção.

Divididos em Homens e Mulheres, a Humanidade é de género binário e de programações diferentes, à mulher, importa a qualidade e ao homem a quantidade.

Assim, a mulher adquire, na nossa sociedade, um papel de escolha do macho com que quer procriar, busca o melhor candidato, faz-se dificil colocando obstáculos ao homem, este, deverá ter o papel de a conquistar, ela reserva-se o direito de escolha.

Assim ficou instituido pela natureza e pela sociedade, compete ao homem perseguir a mulher e compete à mulher escolher aquele que, no seu instinto, permitirá gerar o mais forte sucessor, aquele com mais hipóteses de sobreviver no mundo. Ela é que o carregará, ela é que estará sempre na primeira linha para garantir que a próxima geração será forte e capaz de garantir a sobrevivência da espécie. (N. do T. já repararam como uma das primeiras coisas que as amigas querem saber quando uma tem um namorado novo é "o que é que ele faz?")

Contudo, o mesmo que motiva o homem a procurar superar os obstáculos colocados pela mulher é a sua matriz básica de busca de quantidade, se ela se faz difícil, é porque ele está preparado para procurá-la, se ela se faz muito difícil, ele procurará outra. Ele assim foi feito, por Deus ou pela evolução, para aumentar as hipóteses de procriação da espécie, encontrando e conquistando o maior número de fémeas possíveis. (N. do T. por outro lado eles perguntam "então e ela é boa?")

Do encontro destas duas vontades aparentemente contraditórias mas na verdade complementares, o Homem procurará gerar o maior número de sucessores com hipóteses de sucesso no mundo em que irão viver.


É assim com todos os animais, e o homem, antes de racional, é um animal.


O Amor no meio disto tudo? É mera mudança de velocidade no ritmo da fantasia."




Acho que me safei, pelo menos passei por verdadeiro idiota a quem ela não perguntou mais nada, pagámos e fomos ao concerto.


P.S. Blogónimo, vi o teu direito de resposta ao meu post anterior. Exerço aqui a minha primeira contra-resposta sem prejuízo de outras: "És um idiota!"

terça-feira, 6 de novembro de 2007




O triste fado de viver com o fado triste


ok, chega! Quem, com menos de 30 anos, dá o litro pelo fado? Pouca, mas muito pouca gente.

Claro que isso significa que tem todos os ingredientes especiais necessários a um aproveitamento manhoso televisivo. Aqui deixamos a receita para quando governar um país tão triste como o nosso:


1. Prepare o abafar de todo o fado, desde o político ao satírito incluindo o que versa sobre a vida em geral debaixo de uma ditadura de lume brando, deixe de molho vários anos, no final terá um fado que se resume a lágrimas com travo a coitadinho.


2. Tome as lágrimas com travo a coitadinho e junte esquecimento e desprezo pela cultura própria q.b., leve ao frigorifico durante trinta anos.


3. Retire do frigorifico e junte fermento, um Espanhol que faça documentários serve perfeitamente. De seguida, divida por várias formas, leia-se, salas de cinema espalhadas pelo país.


4. Leve ao forno, com o efeito do fermento verá como o orgulho Português começará a inchar.


5. Ao mesmo tempo, aproveitando o calor do forno, em programas da tarde com umas colheres de fadistas de terceira categoria e uma apresentadora meia boazona que faça um ar muito sério e sentido enquanto os fadistas cantam, bata com varinas.


6. Para obter um sabor ainda mais popular, deixe o João Baião apresentar uma entrevista com o Carlos do Carmo, ficaria lindo e a malta adorava. Re-utilize a varina até a ouvir dizer que o Carlos do Carmo: "ai esse moço é muito charmoso!"

7. Aguarde uma geração, está pronto para servir. (sugestão do chefe - para dar um sabor mais jovem, recolha um rapper de almada para contracenar de boné na cabeça)

De repente, toda a gente se lembra do fado, encheram-se programas de televisão da tarde com atentados ao fado, encheram-se os poucos fadistas que por aí andam de orgulho e reavivou-se a alma lusitana em todo o público alvo dos anúncios publicitários de TIDE.
O que não se faz, é ensinar ou cultivar o fado. Explicar a sua história e as suas características de música popular, como quase tudo por cá, em vez de se cuidar e semear, consome-se como produto televisivo de terceira categoria. Como se gosta de comprar feito, mesmo que seja mau.