Hotel Zagreb
No Hotel Zagreb não se fazem grandes negócios. Não somos recebidos num hall de entrada faustuoso por um recepcionista de fato e modos delicados. No hotel Zagreb não pagamos 10 dolares por meia hora de uso da rede wireless disponibilizada a preços económicos aos hóspedes. Não, no hotel Zagreb os grandes negócios fugiram ainda antes das baratas terem escapado. O cheiro de flores do dia foi trocado por um cheiro de fritos que atravessa o restaurante, passeando pelos bigodes dos hóspedes dignos de tal sítio, recebendo todo e qualquer hóspede dessa grandiosa instituição. No hotel Zagreb, a recepcionista olha com ar desconfiado a nota que recebe e, cheirando-a, consegue ver se é verdadeira enquanto larga uma chave presa por um cadeado excessivamente pesado. No Hotel zagreb uma alcatifa velha e de cor desbotada acompanha-nos até ao quarto. É um edifício velho, com ar de construção soviética, de dois andares que se prolongam de forma monótona. Do senhor da fotografia de cor desbotada da brochura que nos entregaram, existe apenas um velho cansado que, no seu fato desbotado, fala em tom agressivo com um homem velho o qual, sentado numa cadeira desconfortável no hall de entrada, passeia os seus olhos pelos hóspedes que passam. Certamente, quando o hotel tem menos clientes, o velho passeia ele próprio pelos corredores, tocando as paredes e recordando os tempos de comunismo em que aquele edifício tinha mais orgulho, mais valor do que tem hoje, enquanto recebe os ténis deste velho que se passeia em fato de treino.
O quarto tem o distinto cheiro de quarto nunca lavado. Sem poças de sangue nem baratas, só se pode concluir que estas se mudaram para um sítio mais limpo. Debaixo da tampa do aquecedor encontra-se um aquecimento a óleo, o qual nunca foi ligado e sustém duas meias, esquecidas por alguém que esteve um dia naquele hotel. Os tons de vermelho e verde dos quartos faz imaginar fardas da stazi pintadas por kandinski e os canos exteriores da casa-de-banho, quando abanam por alguém noutro quarto usar as instalações, transpiram e reclamam por uma substituição.
É assim o Hotel Zagreb, onde grandes negócios já não se fazem, onde os hóspedes não se fazem por encontrar, onde o único fato que por lá passeia, é de treino. É aquele mesmo hotel, onde as fotos promocionais se fizeram em polaroid apanhando um dono que se orgulhava e que hoje, vê o seu hotel envelhecer como ele.
No Hotel Zagreb não se fazem grandes negócios. Não somos recebidos num hall de entrada faustuoso por um recepcionista de fato e modos delicados. No hotel Zagreb não pagamos 10 dolares por meia hora de uso da rede wireless disponibilizada a preços económicos aos hóspedes. Não, no hotel Zagreb os grandes negócios fugiram ainda antes das baratas terem escapado. O cheiro de flores do dia foi trocado por um cheiro de fritos que atravessa o restaurante, passeando pelos bigodes dos hóspedes dignos de tal sítio, recebendo todo e qualquer hóspede dessa grandiosa instituição. No hotel Zagreb, a recepcionista olha com ar desconfiado a nota que recebe e, cheirando-a, consegue ver se é verdadeira enquanto larga uma chave presa por um cadeado excessivamente pesado. No Hotel zagreb uma alcatifa velha e de cor desbotada acompanha-nos até ao quarto. É um edifício velho, com ar de construção soviética, de dois andares que se prolongam de forma monótona. Do senhor da fotografia de cor desbotada da brochura que nos entregaram, existe apenas um velho cansado que, no seu fato desbotado, fala em tom agressivo com um homem velho o qual, sentado numa cadeira desconfortável no hall de entrada, passeia os seus olhos pelos hóspedes que passam. Certamente, quando o hotel tem menos clientes, o velho passeia ele próprio pelos corredores, tocando as paredes e recordando os tempos de comunismo em que aquele edifício tinha mais orgulho, mais valor do que tem hoje, enquanto recebe os ténis deste velho que se passeia em fato de treino.
O quarto tem o distinto cheiro de quarto nunca lavado. Sem poças de sangue nem baratas, só se pode concluir que estas se mudaram para um sítio mais limpo. Debaixo da tampa do aquecedor encontra-se um aquecimento a óleo, o qual nunca foi ligado e sustém duas meias, esquecidas por alguém que esteve um dia naquele hotel. Os tons de vermelho e verde dos quartos faz imaginar fardas da stazi pintadas por kandinski e os canos exteriores da casa-de-banho, quando abanam por alguém noutro quarto usar as instalações, transpiram e reclamam por uma substituição.
É assim o Hotel Zagreb, onde grandes negócios já não se fazem, onde os hóspedes não se fazem por encontrar, onde o único fato que por lá passeia, é de treino. É aquele mesmo hotel, onde as fotos promocionais se fizeram em polaroid apanhando um dono que se orgulhava e que hoje, vê o seu hotel envelhecer como ele.