Teorias Bolivar
Esta semana, enquanto comiamos algo rapidamente atrasados para o concerto de Interpol, pergunta-me uma lindíssima mulher, batida como todas nos meandros do amor: "Porque é que os homens, e falo de uns que até parecem sérios, têm a namorada e não resistem a dormir com outras?"
Enrascado, pois o código de conduta de homem impede-me de partilhar certos segredos masculinos com seres do outro sexo, lá saquei da teoria de Bolivar dos leões e das leoas. (versão integral no capítulo "amor", Tomo II, parágrafo 1.293 e ss.):
"Os Homens, por muito que sejam atingidos pela racionalidade são no seu fundo animais. A nível de relações, obedecemos a regras de conduta claras, contudo, de duas naturezas muito distintas. Por um lado, no ocidente, as regras sociais de monogamia e do casamento (pese considerar que, perto do final do séc. XX a instituição do casamento entrará em crise, vide capítulo "casamento"). Meras regras de justificação racional para estruturação da sociedade assente no casamento como forma perfeita de união (ainda que, a meu ver, tal prisma seja falacioso tal como restante argumentação de Aristóteles nos pilares da sociedade).
Do outro lado, o lado animal do homem, o qual se encontra sempre presente em nós e que a nossa sociedade tenta reprimir, provocando consequências desastrosas como por exemplo, a violação dos "deveres conjugais" que, sei lá quem, achou que se aplicariam à fase pré-conjugal.
O facto é que a nossa programação animal visa, acima de tudo, a protecção da espécie, essa protecção é feita através de alguns mandamentos dos quais o mais forte certamente será o da procriação. Procriar é essencial à sobrevivência de qualquer espécie e o Homem não é excepção.
Divididos em Homens e Mulheres, a Humanidade é de género binário e de programações diferentes, à mulher, importa a qualidade e ao homem a quantidade.
Assim, a mulher adquire, na nossa sociedade, um papel de escolha do macho com que quer procriar, busca o melhor candidato, faz-se dificil colocando obstáculos ao homem, este, deverá ter o papel de a conquistar, ela reserva-se o direito de escolha.
Assim ficou instituido pela natureza e pela sociedade, compete ao homem perseguir a mulher e compete à mulher escolher aquele que, no seu instinto, permitirá gerar o mais forte sucessor, aquele com mais hipóteses de sobreviver no mundo. Ela é que o carregará, ela é que estará sempre na primeira linha para garantir que a próxima geração será forte e capaz de garantir a sobrevivência da espécie. (N. do T. já repararam como uma das primeiras coisas que as amigas querem saber quando uma tem um namorado novo é "o que é que ele faz?")
Contudo, o mesmo que motiva o homem a procurar superar os obstáculos colocados pela mulher é a sua matriz básica de busca de quantidade, se ela se faz difícil, é porque ele está preparado para procurá-la, se ela se faz muito difícil, ele procurará outra. Ele assim foi feito, por Deus ou pela evolução, para aumentar as hipóteses de procriação da espécie, encontrando e conquistando o maior número de fémeas possíveis. (N. do T. por outro lado eles perguntam "então e ela é boa?")
Do encontro destas duas vontades aparentemente contraditórias mas na verdade complementares, o Homem procurará gerar o maior número de sucessores com hipóteses de sucesso no mundo em que irão viver.
É assim com todos os animais, e o homem, antes de racional, é um animal.
O Amor no meio disto tudo? É mera mudança de velocidade no ritmo da fantasia."
Acho que me safei, pelo menos passei por verdadeiro idiota a quem ela não perguntou mais nada, pagámos e fomos ao concerto.
P.S. Blogónimo, vi o teu direito de resposta ao meu post anterior. Exerço aqui a minha primeira contra-resposta sem prejuízo de outras: "És um idiota!"